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Confira 5 tendências globais para o varejo a partir de 2021

“Nada é permanente, exceto a mudança”. A frase de autoria do filósofo Heráclito, que viveu por volta dos anos 500 a.C., não poderia ser mais atual. A pandemia da Covid-19 acelerou as transformações estruturais na sociedade que, já há alguns anos, estavam em curso, e obrigou os diferentes modelos de negócios a reformularem os seus processos aos “45 minutos do segundo tempo” para continuarem “no jogo”.

Com a necessidade de permanecer mais tempo em casa, até mesmo para trabalhar, os brasileiros aderiram à conveniência do comércio online. Ao menos 91% dos internautas fizeram compras pela internet nos últimos 12 meses, mostra um estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com a Offerwise Pesquisas. E esta é apenas uma das mudanças nos hábitos dos consumidores, que são influenciados pela economia e por outros fatores, para mudar as suas prioridades de compras.

O consumidor é o “dono da bola”. Se ele mudar as regras do jogo, o varejo precisa ser ágil para acompanhá-lo, hoje, e no futuro pós-pandêmico. Para isto, é imprescindível olhar para as tendências e estratégias apontadas pelos institutos de pesquisa, consultorias, pela sociedade civil organizada e por diversas empresas, que atuam em nível global, para, só então, tomar decisões acertadas e com confiança para o seu negócio. Uma estratégia errada pode acarretar sérios problemas para a imagem e para as finanças da empresa. A seguir, elencamos cinco destas tendências:

1 – Realidade Phygital (“Figital”)

Na pandemia, 66% dos players do varejo trocaram algum ponto da experiência de compra física por digital, conforme estudo da Salesforce. A adoção de chats ao vivo, as compras sociais, a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR), os vídeos e o livestreaming foram alguns dos recursos adotados por 70% das marcas; Sinal de que o comércio inclusive aqueles que dependiam basicamente da venda pessoal apostará, cada vez mais, em formatos inovadores e novos canais, como jogos online, por exemplo, para conquistar outros públicos e cativar os já existentes.

Essa Realidade “Figital” (híbrido entre o físico e o digital) é, justamente, o que grandes players, inclusive do segmento de luxo, fizeram para vender seus produtos e serviços online, nos períodos de isolamento. Eles transportaram para o online algumas das preferências dos consumidores no ambiente físico, por exemplo, navegar pelos displays, fazer compras com amigos e pedir sugestões a vendedores, humanos ou virtuais. Tais ferramentas serviram ao propósito de conectar as pessoas ao mundo exterior, independente da distância física. Um estudo da Euromonitor Internacional mostrou que os mais jovens, com idade entre 15 e 19 anos, foram os que mais utilizaram VR e AR, em 2020 (60%). E quando a pandemia acabar? Bem, já que eles dispõem de tais ferramentas, possivelmente, não deixarão de utilizá-las, passando a não mais distinguir entre o físico e o digital, aponta o estudo da Euromonitor.

 

Crédito foto: UNSPLASH

2 – Aplicativos

Oitenta e sete por cento dos shoppers possuem smartphone, segundo a Euromonitor International. Com a pandemia, muitos deles passaram a utilizar mais o dispositivo móvel para compras, estudo, trabalho ou diversão. Daí, para se render à facilidade dos aplicativos, foi um pulinho. Em 2020, foram feitas 143 bilhões de instalações de apps de vendas, diversão, jogos e outros, e gastos U$ 111 bilhões nos aplicativos, mostra um estudo da empresa Sensor Tower, que monitora o panorama dos apps em nível global. No Brasil, 72% dos entrevistados em uma pesquisa Ebit/Nielsen afirmaram ter começado a utilizar ou a usar mais os aplicativos de delivery, em 2020. Se não bastasse esse cenário promissor, o início das operações do PIX deu um empurrãozinho extra para o consumidor, que está disposto a realizar a sua jornada de compra pelo smartphone.

3 – Autoatendimento e atendimento autônomo

Há alguns anos os shoppers já demonstram preferência pela independência em sua jornada de compra, sem a necessidade da ajuda de qualquer funcionário humano. Na loja física, tablets, totens informativos ou de autopagamento, além de assistentes virtuais, são alguns dos recursos para garantir a autonomia do cliente. A Olivia, assistente virtual criada pela marca Mob, por exemplo, auxilia os consumidores em sua unidade no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, a escolherem produtos que combinam entre si ou até mesmo com outra peça que eles já possuem. No digital, os chatbots, os já mencionados apps e os assistentes virtuais como a Lu, do Magazine Luiza, garantem que os shoppers façam suas compras com liberdade.

No entanto, com o distanciamento social, outra tendência ganhou notoriedade a das lojas autônomas (cashierless store, ou lojas sem caixas, na tradução literal), nos moldes da Amazon GO, AiFi e Grabango, as três nos Estados Unidos, e da Fresh Hippo, na China, nas quais o consumidor entra no estabelecimento, pega o que deseja e o valor é pago diretamente pelo app. No Brasil, a pioneira nesse modelo de negócios, a Zaitt, registrou aumento de 50% nas vendas, na pandemia. Na mesma linha, a cervejaria Take and Go, primeira vending machine (máquina de venda automática) do Brasil, iniciou atividades em maio de 2020 e encerrou o ano com 50 unidades instaladas em condomínios e com um faturamento de R$ 500 mil.

4 – Clubes de assinatura e locação

Comprar algum bem material não é importante, o importante é usufruir dele. Tal comportamento, que é tendência principalmente entre os millennials, como mostrou um estudo da Kantar, no qual 52% deles afirmaram preferir gastar mais em experiência que em bens materiais, impulsionou o surgimento de empresas com esta filosofia de vender ou alugar por meio de assinatura. Um levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) revelou um crescimento de 167% nas vendas por meio de clubes de assinaturas nos últimos quatro anos. Em termos de movimentação financeira, o modelo de negócio, que tem como exemplos a Netflix, o Spotify, a Yuca e a Hausi, atinge aproximadamente R$ 1 bilhão por ano no País.

A expansão desta tendência levou, até mesmo, empresas tradicionais a incluírem em seu negócio o conceito de everything as a service (tudo como serviço). A Audi, por exemplo, anunciou, em 2020, um programa de locação dos seus carros para pessoas físicas; a cadeia de varejo inglesa Urban Outfitters lançou o Nuuly, um braço empresarial responsável por alugar peças de vestuário das marcas de sua própria rede e de outras; E a varejista sueca H&M começou a oferecer o serviço de aluguel de roupas infantis da marca Arket. Ok, com o receio da disseminação do novo Coronavírus, alugar uma roupa não foi prioridade em 2020, mas, convenhamos, receber produtos em casa, mediante assinatura, foi uma mão na roda.

5 – ESG

Comprometer-se com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) não é mais tendência, é questão de sobrevivência para as empresas, inclusive as de varejo. Um estudo realizado pela consultoria KPMG, em nível global, aponta que o consumidor brasileiro é mais preocupado com o ESG do que consumidores de outros países. Para 16% dos entrevistados este critério é levado em consideração na hora de decidir por uma compra. De 2019 para 2020, o percentual de brasileiros que dão importância para o comprometimento das empresas com a agenda socioambiental cresceu 9%. Somente na China o estudo verificou um aumento parecido no período, de 8%. De maneira geral, desde o início da pandemia, os consumidores afirmaram passar a considerar, ainda mais, fatores como abordagem da marca para o meio ambiente (30% a mais) e consciência social da marca (31% a mais).

O fato é que estas mudanças comportamentais impactaram as empresas, o mercado e os investidores, levando os conselhos empresariais a colocarem o ESG como prioridade no pós-pandemia, como mostra uma pesquisa do Global Network of Directors Institutes (GNDI). Por aqui, 59% das empresas de varejo já adotam boas práticas ESG, conforme o estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro”, da SBVC.

Evento apresenta as tendências para o varejo

Se você gostou das dicas e quer saber mais sobre como preparar o seu negócio para a retomada da economia, inscreva-se no “Retail Conference 2021 – De volta para o futuro, de olho no agora”, que ocorrerá no dia 20 de julho, das 14h às 18h, 100% online e gratuito. Com conteúdo totalmente aplicável aos negócios, o “RC” reunirá empresários e profissionais de destaque no segmento varejista para apresentar as principais estratégias com vistas ao crescimento e à adaptação do setor, nesse momento de retomada da economia. Criado em 2013 como “Fórum Regional do Varejo” e reposicionado em 2019, quando passou a ter abrangência nacional, o evento é um dos mais importantes do Estado de São Paulo para aprendizagem e para networking. A conferência integra a programação da “Agenda Retail”, realizada pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) e, juntas, as ações já impactaram aproximadamente 14 mil empresários. Para mais informações e inscrições clique aqui.

Serviço:

Retail Conference 2021 – De volta para o futuro, de olho no agora
Quando: 20/07/2021, das 14h às 18h
Onde: 100% online (restrito aos inscritos)
Quanto: gratuito
Inscrições: Retail Conference

Fonte: A Cidade On

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